Estamos falando de uma condição
dolorosa marcada pela formação de pedrinhas que obstruem o sistema urinário.
Popularmente conhecida como pedra nos rins, essa formação endurecida pode
surgir nos rins e atravancar outro ponto do canal urinário. Como o ureter,
canal que transporta a urina até a bexiga, é muito estreito, a partícula acaba
emperrada. Em decorrência da tentativa de expulsão, surge a dor intensa.
Os rins funcionam como dois
grandes filtros do sangue. Além de água para formar a urina, eles retêm
diversos elementos, como cálcio, ácido úrico e oxalato. Quando essas moléculas
aparecem em grande quantidade e há pouco líquido para dissolvê-las, surgem cristais
ou agregados que se avolumam e viram os cálculos. O tamanho deles varia
bastante.
Existe ainda um quarto tipo de
pedra, mais raro, a estruvita. Diferentemente das outras, essa acomete
principalmente mulheres. Sua origem está associada a uma infecção causada pela
bactéria Proteus mirabillis, que altera o pH da urina, facilitando a agregação
de partículas de magnésio, fosfato e amônia.
A formação pode chegar a 11
centímetros, ocupando todo o espaço do rim. Como é mais mole, o xixi consegue
passar por ela e assim não há dor. Um perigo, porque o problema não é notado e
se prolonga — e o rim pode acabar seriamente afetado.
Sinais e sintomas
- Cólica que começa na região lombar e migra para outras áreas
- Dor no baixo ventre
- Sangue na urina
- Náuseas e vômito
- Vontade e fazer xixi a toda hora
Fatores de risco
- Abuso de sal na alimentação
- Ingestão em excesso de alimentos ricos em cálcio e proteínas
- Pouco líquido na dieta
- Altas temperaturas (muita transpiração e falta de hidratação adequada deixam a urina mais concentrada, aumentando a aglomeração das partículas)
- Obesidade
- Hipertensão
- Predisposição genética
A prevenção
A dieta é um fator preponderante
no controle do problema. Para evitar a cristalização dos sais, o organismo
precisa de água, portanto uma das primeiras regras é tomar bastante líquido.
Uma maneira de checar se a quantidade é suficiente é atentar para a cor do
xixi, que deve ser clarinho – se estiver amarelado, significa que está muito
concentrado e pode propiciar a formação das pedras.
Maneirar no sal, nos embutidos
(como linguiça, salsicha e salame), enlatados e macarrões instantâneos é outra
medida aconselhada. Alimentos com alto teor de oxalato (espinafre, nozes,
pimenta e chá preto, por exemplo) também exigem moderação, quando já existe
propensão a pedras desse tipo. Pessoas com alta concentração de ácido úrico no
sangue devem ainda reduzir a ingestão de cerveja, carne vermelha e frutos do
mar, uma vez que eles elevam ainda mais as taxas.
Alguns especialistas recomendam
ainda cuidado com os suplementos de cálcio. O mineral é importante para o
organismo, mas a suplementação só pode ser feita com recomendação médica. Do
contrário, a sobrecarga pode resultar no problema renal.
As intensas dores provocadas
pelos cálculos em geral são o ponto de partida para a detecção do problema.
Urina muito densa e escura ou com pontos de sangue é outro sinal de alerta. Exames
laboratoriais do xixi analisam a acidez e a presença de cristais ou infecção.
Para investigar o tipo de cálculo
e o local em que está estacionado, o médico solicita um exame de tomografia.
Raio x e ultrassom são outras opções. Por serem transparentes, as pedras
formadas por ácido úrico não aparecem nesses exames. A tomografia helicoidal é
um recurso para flagrar esse tipo de massa. Procedimentos mais invasivos, a
urografia excretora e a intravenosa são feitos com injeção de corante para
mapear a área e detectar pedras menores e outras alterações importantes do
trato urinário.
O tratamento
Quando é pequena, a pedra costuma
ser expelida naturalmente. Basta aumentar a quantidade de líquido ingerido ou,
caso o médico ache necessário, injetado na veia.
Dependendo do tamanho,
procedimentos entram em ação para fragmentar o cálculo e viabilizar sua
eliminação. Uma das opções é a litotripsia extracorpórea, a menos agressiva
para o organismo. Nela, ondas eletromagnéticas destroem o material sólido.
Na tradicional técnica
percutânea, é feita uma incisão nas costas do paciente e um aparelho penetra na
pele até atingir o rim para retirar o cálculo. O procedimento exige internação
de até cinco dias para recuperação.
Hoje uma técnica mais simples,
batizada de uretero-nefrolitotripsia flexível, detona as formações duras com o
laser de um aparelho introduzido pela uretra. Nesse método, porém, às vezes uma
tentativa é insuficiente. Então, é preciso repetir a cada duas semanas, por até
quatro sessões, sempre com anestesia geral. O pós-operatório compensa, porque a
pessoa recebe alta no mesmo dia.
Cuide-se!
Fonte: Saúde



