Chegar à vida adulta e perceber que ninguém ensinou o básico sobre nutrição é mais comum do que parece. Crescemos sabendo resolver equações, identificar rios no mapa e decorar regras gramaticais, mas quase nada aprendemos sobre como montar um prato equilibrado, interpretar rótulos ou organizar refeições. O resultado aparece na rotina: escolhas rápidas, impulsivas e, muitas vezes, pouco nutritivas — que afetam saúde, energia e até o bolso.
A educação alimentar vai muito além de “comer frutas e verduras”. Envolve entender como os alimentos funcionam no corpo, saber diferenciar fome física de vontade emocional e reconhecer que ultraprocessados, embora práticos, têm impacto direto na saúde. Aprender a planejar compras, usar alimentos da estação e cozinhar o básico já muda muito o dia a dia. São conhecimentos simples, mas que fazem falta justamente porque nunca foram ensinados de forma clara.
Outro ponto importante é a leitura de rótulos. Muitos adultos descobrem tardiamente que produtos aparentemente saudáveis escondem grandes quantidades de açúcar, sódio e aditivos. Saber identificar ingredientes, interpretar tabelas nutricionais e fugir de termos que disfarçam excessos é uma habilidade que deveria fazer parte da formação básica. Com essa consciência, fica mais fácil fazer escolhas que beneficiam o corpo e evitam gastos desnecessários com alimentos de “marketing saudável”.
Na prática, desenvolver educação alimentar na vida adulta é um processo possível e libertador. Começa com pequenas ações: montar cardápios simples, valorizar comida de verdade, testar receitas fáceis e organizar a semana. Com isso, comer deixa de ser um ato automático e se torna uma decisão consciente, que melhora a saúde, aumenta a disposição e fortalece a relação com a comida. Aquilo que faltou na escola, a vida adulta nos convida a aprender — e aplicar — todos os dias.
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