segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Chás para endometriose: Como eles podem auxiliar e melhores opções

A doença ginecológica atinge mais de 176 milhões de mulheres no mundo todo. Mas você sabia que nossos hábitos alimentares (incluindo o uso de alguns chás!) influenciam diretamente nos sintomas da endometriose? Então, entenda:

Sintomas e tratamento

De acordo com a ginecologista Camila Ramos, especialista em reprodução humana, a cólica menstrual forte é o sinal mais comum da endometriose, mas os sintomas podem variar. Dor na parte inferior do abdômen antes e depois da menstruação, dor na relação sexual, desconforto com movimentos intestinais e até sangramento intestinal e urinário são alguns deles.

O tratamento inclui medicamentos para dor (analgésicos e anti-inflamatórios, por exemplo), além de contraceptivos hormonais, usados de forma contínua para bloquear o ciclo menstrual.

Ademais, há os chamados agonistas e antagonistas do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) para bloquear a produção de estrogênio. “O estrogênio é o hormônio responsável pelo desenvolvimento das características sexuais femininas. Desse modo, o bloqueio da produção de estrogênio evita a menstruação e cria uma menopausa artificial. Vale lembrar, entretanto, que é um tratamento de uso limitado e normalmente adotado para preparar a paciente para uma cirurgia ou antes de um tratamento de reprodução assistida”, ressalta Camila.

“É essencial a busca por um profissional caso a paciente perceba que alguma coisa não está certa. Isso porque manter os exames em dia é uma das principais formas de descobrir precocemente a doença”, finaliza a ginecologista.

Alimentação e endometriose

Para a nutricionista Luna Azevedo, referência em nutrição plant-based, um cardápio rico em ômega-3, magnésio, vitaminas do complexo B e fibras ajuda com os sintomas da endometriose. “O ômega-3, individualmente, está sob as formas de ácido alfa-linolênico (ALA), ácido eicosapentaenoico (EPA) e ácido docosahexaenoico (DHA). Nosso corpo não consegue produzi-los naturalmente, mas precisamos deles, uma vez que são os responsáveis por criar uma camada lipídica em volta das células, contribuindo para todas as suas funções, e tendo efeitos anti-inflamatórios”, afirma a especialista.

As mulheres que incluem o ômega-3 em sua alimentação têm menos chance de desenvolver endometriose quando comparadas às que ingerem alimentos ricos em gorduras trans. Além disso, quem possui a doença costuma apresentar inflamações nos locais onde há tecido do endométrio fora da cavidade uterina. Portanto, a suplementação do nutriente está relacionada a uma diminuição nos quadros de dores pélvicas.


Luna Azevedo indica, então, quais alimentos priorizar:

Folhas verde-escuras: agrião, rúcula, espinafre, escarola, chicória, almeirão, brócolis, couve-de-bruxelas, couve-manteiga, alimentos integrais (gérmen de trigo, arroz, aveia, centeio, cevada, milho, quinoa e amaranto), sementes de girassol, castanhas e tofu;

Gorduras poli-insaturadas: óleo de linhaça, linhaça, soja, milho, aveia, abacate e sementes de chia;

Vitaminas: alimentos integrais, vegetais, feijões, cogumelos, sementes de girassol e geleia real, por exemplo.


E os chás para endometriose?

Os chás feitos de algumas plantas e ervas têm propriedades antioxidantes, analgésicas e anti-inflamatórias, que podem ajudar a aliviar os incômodos gerados pela endometriose. De acordo com Luna, os mais recomendados são:

  • Cúrcuma: A curcumina, substância que dá a cor laranja ao tempero, é conhecida por ter efeitos anti-inflamatórios.
  • Salsa: Contém apigenina, luteolina e crisina, cujas ações são antiproliferativa, antiangiogênica, antioxidante e anti-inflamatória.
  • Alho e gengibre: Outros alimentos que podem contribuir para atenuar a inflamação.
  • Camomila: Alívio da dor.
  • Erva-de-são-cristóvão: Também auxilia na diminuição da cólica menstrual.


Fonte: Vitat