segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Síndrome de Burnout: o que é, sintomas e tratamento do desgaste no ambiente de trabalho

Em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo e exigente, muitos profissionais têm convivido com problemas de saúde mental no trabalho. Outras situações comuns  à sociedade atual também  reforçam essa sensação, como a violência urbana, dificuldades no  trânsito e crises econômicas. 

Nesse contexto, temos visto surgir casos da Síndrome de Burnout, caracterizada pelo estado de tensão emocional e estresse crônico, causados por condições físicas, emocionais e psicológicas exaustivas.

Para evitar problemas ainda maiores, é preciso conhecer os sintomas e atentar-se para alguns comportamentos que podem indicar a presença desse quadro, assim como entender os tratamentos relacionados.  Leia este post e conheça mais sobre o assunto!


O que é Síndrome de Burnout?

A Síndrome de Burnout ou esgotamento profissional, caracteriza-se pelo estresse provocado por condições de trabalho desgastantes e tarefas repetitivas por um longo período. 


Quais as causas da Síndrome de Burnout no ambiente de trabalho?

As causas da Síndrome de Burnout estão diretamente relacionadas a situações do dia a dia de trabalho e às atribuições depositadas no colaborador. A síndrome afeta, principalmente, profissionais que trabalham com algo muito delicado, que passam por situações que causam insegurança ou de extrema responsabilidade.

Além disso, o excesso de deveres, tarefas repetitivas, péssimas condições de trabalho, falta de reconhecimento e de feedbacks e inflexibilidade também favorecem o surgimento do esgotamento profissional.

Quais são os sintomas do Burnout?

O burnout pode sinalizar sintomas tanto físicos quanto psicológicos que, muitas vezes, são confundidos com depressão. A síndrome se reflete em comportamentos negativos, como agressividade, irritabilidade, isolamento, alterações no humor, apatia, pessimismo e baixa autoestima. 

Ainda é possível perceber cansaço constante, dores musculares, enxaqueca, palpitação e variações na pressão arterial. Em mulheres também é comum gerar alterações no ciclo menstrual. Outros sintomas incluem:


  • Fadiga

No começo é comum que o colaborador estressado tenha uma falta de energia e cansaço recorrente, que pode ser confundido com normalidades do trabalho. Contudo, se esse problema não for identificado e tratado pode levar a estágios mais perigosos, além de desenvolver outros sintomas da síndrome.

  • Insônia

A síndrome de Burnout no ambiente de trabalho pode levar o colaborador a desenvolver distúrbios do sono. Quando em estado mais evoluído, se não tratado, pode provocar queda de rendimento.

  • Ansiedade

Um sintoma muito comum e presente na maioria dos casos. É normal sentir ansiedade, contudo, é preciso atenção quando ela começa interferir completamente no desenvolvimento e na habilidade do colaborador. Além disso, pode levar a doenças mais graves, como a depressão.  


Também é possível identificar sintomas bem sutis de Burnout na equipe, por exemplo:

  • colaboradores evitam ter conversas difíceis e complicadas, quando não apresentavam essa dificuldade antes;
  • dificuldade de concentração e interação com outras pessoas;
  • colaboradores que sempre estão entediados no dia a dia de trabalho.

Geralmente, os sintomas surgem gradativamente e, por isso, é comum o colaborador achar que seja algo passageiro. Porém, se não tratado corretamente, esse quadro pode acarretar transtornos mais graves, como o alcoolismo ou o uso de drogas, de medicamentos e, até mesmo, levar ao suicídio.

Muitas vezes, o profissional acredita que alguns dias de férias são suficientes para reconquistar a estabilidade emocional e voltar aos padrões de produtividade. Mas o tratamento exige mudanças maiores para que a síndrome de Burnout possa ser controlada.


Como se tratar da Síndrome de Burnout? 

O diagnóstico da síndrome de Burnout deve estar baseado em exames psicológicos minuciosos e em uma análise sobre a real interferência das condições de trabalho no comportamento do profissional. 

O ideal é contar com um especialista. No tratamento psicoterápico são avaliadas três vertentes: a relação com a profissão, a influência do ambiente de trabalho e os sintomas apresentados, como a dificuldade de concentração e a ansiedade.

O tratamento inclui acompanhamento psicológico e, em alguns casos, uso de antidepressivos. Além disso, também é necessário incluir atividade física regular, práticas de relaxamento, hábitos alimentares mais saudáveis, hobbies, como a leitura, artes plásticas ou fotografia e momentos de lazer.

A duração do tratamento é relativa, com a possibilidade de durar anos. Em alguns casos, o colaborador precisa se afastar completamente do trabalho. Contudo, é possível se cuidar sem precisar se licenciar.

Por fim, é importante lembrar que quando o paciente faz o tratamento de forma correta os sinais de melhora são perceptíveis no rendimento do trabalho e no aumento da autoconfiança..


Quais são as consequências da Síndrome de Burnout?

As sequelas da síndrome de burnout  afetam não somente a vida profissional, mas também a pessoal. O colaborador que desenvolve a síndrome de burnout, além de ter tendência a apresentar doenças psicológicas, como ansiedade e depressão, também pode estar mais vulnerável a resfriados e gripes.

Essa situação reflete no desempenho dentro da empresa, o que pode causar queda de rendimento e, em alguns casos, afastamento por tempo indeterminado. Trata-se de uma doença que deve ter atenção do RH, uma vez que é possível até mesmo o colaborador trocar de emprego ou desistir da carreira.


Como se prevenir da síndrome de Burnout?

Prevenir a síndrome de Burnout no ambiente de trabalho vai muito além de cuidar da saúde do colaborador. Confira algumas dicas simples para  garantir a prevenção desse tipo de transtorno. 

  • Valorize o período de descanso

Garanta que os profissionais tenham tempo de descansar e recarregar as energias para voltar às tarefas diárias. Certifique-se que o colaborador nunca passe do horário de trabalho, bem como cumpra as pausas para poder desconectar um pouco e voltar com mais inspiração.

  • Evite os trabalhos desnecessários

Sempre que for possível, otimize o trabalho do colaborador, pois realizar tarefas que poderiam ser simplificadas ou eliminadas pode fazer com que o profissional trabalhe em excesso, causando mais cansaço.

  • Dê feedbacks

Converse sempre com os colaboradores e dê feedbacks positivos e também feedbacks negativos. Essa avaliação é importante para que o profissional tenha conhecimento do que precisa melhorar e dos seus pontos fortes, o que serve para incentivá-lo a trabalhar mais entusiasmado.

  • Incentive o bem-estar no trabalho 

Estimular um bom ambiente de trabalho assegura uma convivência agradável entre os colaboradores e, consequentemente, evita conflitos. É possível fazer isso por meio de reuniões internas, espaços confortáveis e quebra de rotina.

  • Mantenha um ambiente limpo e organizado

Um bom ambiente de trabalho é fundamental para o bem-estar, produtividade da equipe e diminuição do estresse. Além disso, um local limpo colabora para evitar doenças respiratórias ou alérgicas. Isso faz com que o profissional se sinta cuidado pela empresa.

  • Deixe clara a cultura organizacional da empresa

O clima organizacional serve de parâmetro de satisfação para os colaboradores e, por isso, é importante sempre deixar clara a missão, os valores e visão da empresa. Uma vez que isso acontece, os colaboradores trabalham em sintonia com a cultura organizacional.

  • Estimule atitudes positivas 

Trabalhar a positividade entre os colaboradores influencia diretamente no bem-estar deles e no ambiente de trabalho. Atitudes como evitar reclamações, ajudar os outros e encarar obstáculos nos desafios, quando feitas corretamente, evitam que os profissionais fiquem estressados.

  • Invista em bons funcionários

Um comentário maldoso ou o mau humor de um colaborador pode afetar todo o time e, consequentemente, causar estresse no dia a dia de trabalho.

Por isso, é importante fazer um alerta ou uma advertência para o mau comportamento de um funcionário. Mas, caso essa atitude seja repetitiva, vale a pena rever a necessidade dessa pessoa para a empresa.

  • Identifique os sintomas de Burnout 

É importante identificar qualquer um dos sintomas da síndrome do esgotamento profissional e tratá-los. Para isso, o RH pode contar com a assistência médica ou psicológica.

  • Avalie redirecionar sua carreira

Quando a síndrome de Burnout é causada diretamente pelas condições de trabalho, é importante reavaliar o plano de carreira. As expectativas profissionais, prioridades, motivações internas, valores e projetos pessoais são aspectos que mudam com o tempo e devem ser reconsiderados.

Nesse processo, é interessante passar por  um processo de coaching de carreira para auxiliar na análise, propiciando autoconhecimento, identificação das próprias fraquezas e limitações, desenvolvimento de habilidades comportamentais, como maturidade, capacidade de liderança, poder de negociação e capacidade de construir relacionamentos produtivos.

Além disso, o coaching serve também para definir novas metas e redirecionar o foco. O sucesso profissional depende do equilíbrio entre todos os outros elementos da vida e, ainda, é um conceito variável, uma vez que isso é percebido de formas diferentes, por cada indivíduo, já que está fundamentado em objetivos e ideais pessoais.


Enfim, podemos concluir que o esgotamento se manifesta, especialmente, quando há uma alta carga de responsabilidades, pressão por resultados, situações de risco iminente ou relações interpessoais diretas e intensas.

Em alguns casos é possível que o colaborador sinta o desejo de mudar de ambiente ou, até mesmo, trocar de carreira, devido ao estresse causado ao longo do tempo e o desenvolvimento da síndrome do esgotamento profissional. Nesses casos, é recomendável contar com ajuda de um profissional na orientação da carreira. 


Fonte: Solides