Perda de sentidos está entre os sintomas causados pelo novo coronavírus. Davi Garcia, docente do curso de Medicina da Universidade de Fortaleza, compartilha procedimentos que podem auxiliar na recuperação.
Ainda que a prevenção seja o melhor remédio, não há como fugir dos dados: no Brasil, já são mais de 7 milhões de casos de Covid-19 registrados, de acordo com o consórcio de veículos de imprensa. Desse número, cerca de 6 milhões e meio são de pacientes recuperados. A jornada de recuperação, entretanto, é mais difícil para uns do que para outros: alguns sintomas persistem por um tempo maior ou indeterminado após a infecção. É o caso da perda do olfato e do paladar, um fator incômodo que, de acordo com especialistas, é possível de ser revertido com algumas medidas.
Sobre o assunto, Davi Garcia, docente do curso de Medicina da Universidade de Fortaleza, instituição de ensino da Fundação Edson Queiroz, explica que “à medida que a pandemia de Covid-19 foi avançando, percebeu-se que alterações no olfato e no paladar apresentam-se com alta incidência nos pacientes. Felizmente, a maioria se recupera total ou parcialmente de forma espontânea após algumas semanas ou meses.”
Embora a ocorrência de hiposmia (perda parcial) e de anosmia (perda total) do olfato e paladar ocorram de forma comum em casos de infecções respiratórias, uma pesquisa da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cervico-Facial (ABORL – CCF) revela que, em pacientes afetados pelo novo coronavírus, a recuperação se dá em um período de tempo maior. Os tratamentos sugeridos atuam, portanto, como uma forma de acelerar a recuperação dos sentidos.
Estimulando os sentidos
“Apesar do pouco conhecimento até então, o chamado ‘treinamento olfativo' revela-se como um método sem contraindicações para acelerar a recuperação do olfato”, conta Garcia. “Basicamente, [ele] consiste em orientar o paciente a sentir, por alguns segundos, quatro tipos de odores sob a forma de óleos essenciais de eucalipto, limão, rosas e cravo, pelo menos duas vezes ao dia. Alternativamente, podem ser utilizados café, cravo, mel, vinagre de vinho tinto, pasta de dente de menta, essência de baunilha e suco de tangerina concentrado”.
Ainda sobre o “treinamento”, o perito destaca que o paciente deve pensar no cheiro de cada substância, esforçando-se para senti-los. “É fundamental ressaltar ainda que a persistência é fundamental, já que os resultados muitas vezes não vêm rapidamente.” Por fim, Davi Garcia afirma que, no que se refere ao paladar, o treinamento é semelhante: deve-se degustar alimentos diversos e que tragam os cinco gostos básicos (doce, salgado, amargo, azedo e umami).
Fonte: Unifor