A calvície (ou alopecia androgenética) não é uma patologia capilar exclusiva do sexo masculino, ao contrário do que muitos pensam. Apesar de sofrerem menos os efeitos da calvície, as mulheres também podem desenvolvê-la, principalmente as mulheres brancas. Dessas, cerca de 50% vai apresentar algum grau de calvície durante a vida.
A principal pergunta que surge é: “como tratar a calvície feminina?”.
Antes de iniciar qualquer tratamento, é fundamental conhecer o motivo da calvície. As causas são, principalmente, genéticas e hormonais e estão associadas a uma maior sensibilidade ao hormônio testosterona, que as mulheres também possuem, ainda que em menor quantidade que os homens.
Neste artigo você vai conhecer um pouco mais sobre esta que é a principal causa de perda dos cabelos nas mulheres, e o que é possível fazer para tratar.
Como a calvície feminina se manifesta?
Nosso cabelo segue um ciclo natural de crescimento, estabilização e queda, conhecido como ciclo capilar, que compreende três fases: anágena, catágena e telógena. E é importante entender esse ciclo para poder identificar quando se trata de uma queda natural e quando é algo com o que devemos nos preocupar.
Antes de assumir um autodiagnóstico, é muito importante entender a gravidade da queda. Existe uma perda de cabelo que é considerada normal. Em geral, perdemos de 60 a 100 fios de cabelo por dia.
No entanto, caso você comece a perceber uma quantidade excessiva de fios no ralo do banheiro, nas roupas de cama, em pentes ou escovas de cabelo, já pode ligar o sinal de alerta.
Outro sinal importante é a redução do volume do cabelo. Normalmente um dos primeiros sinais percebidos é a necessidade de dar mais voltas no elástico, ao fazer um rabo de cavalo, por exemplo. Além disso, ao partir o cabelo, a mulher percebe que a linha divisória do cabelo está mais aberta do que costumava ser.
Apesar de poderem se manifestar logo após a puberdade, por volta dos 20-25 anos, esses sintomas geralmente se tornam mais evidentes por volta dos 30-40 anos. O problema é que, infelizmente, quando as mulheres notam essas mudanças, já houve uma redução de cerca de 30% do volume do cabelo.
A origem da alopecia androgenética está relacionada a uma maior sensibilidade ao hormônio DHT, produzido a partir da testosterona (que mulheres também possuem). Esse hormônio causa uma redução no número de células que compõem o cabelo, que se torna progressivamente mais fino, até a extinção completa do folículo capilar.
A alopecia tem cura?
Como se trata de uma condição genética, isso será uma tendência natural da pessoa, que não pode ser mudada.
No entanto, caso você identifique casos na sua família de pessoas com esse tipo de calvície, a recomendação é procurar o dermatologista para ser iniciado um tratamento antes do início da queda. Isso pode retardar a perda dos fios em até 10-15 anos.
Se você já percebeu os efeitos da alopecia androgenética, é possível realizar tratamentos que trazem resultados bastante satisfatórios, especialmente se forem iniciados precocemente.
Quais os tratamentos indicados para a alopecia feminina?
A medicina dermatológica, especialmente a área da tricologia, oferece uma gama de tratamentos, medicamentos e procedimentos (inclusive cirúrgicos) para retardar e, em alguns casos, até reverter a queda de cabelo de origem genética.
Listamos abaixo algumas das principais opções disponíveis hoje:
Luzes de Baixa Intensidade
Chamada de terapia de fotobioestimulação ou fotobiomodulação, este tratamento age pelo aumento da atividade celular, sem causar danos à estrutura do couro cabeludo. Além disso, as luzes de baixa potência tem efeito analgésico, antiinflamatório e cicatrizante.
As mitocôndrias são estruturas que ficam dentro das células e são as responsáveis pela geração de energia que o nosso cabelo precisa para desenvolver com sucesso as fases de do ciclo capilar. As luzes de baixa intensidade chegam até as mitocôndrias, que aumentam a produção de energia que será utilizada no processo de crescimento dos fios.
Laser 1550nm
A terapia a laser é considerada segura, rápida e eficaz no tratamento das patologias capilares. Ela funciona de forma a estimular os fios a entrarem mais precocemente na fase anágena, que é a fase de crescimento dos fios, gerando um aumento no volume de cabelo presente no couro cabeludo e melhora na firmeza.
Nesse procedimento, o bulbo capilar também é estimulado para que seja nutrido. Dessa forma, fortalecendo e favorecendo a saúde dos fios.
Microagulhamento
Este procedimento clínico age diretamente no aumento da vasodilatação e produção celular.
Para sua realização, são utilizadas minúsculas agulhas, que provocam mínimos furinhos no couro cabeludo. Como resultado, isso estimula a vasodilatação e a circulação de nutrientes na região.
Esse procedimento também é útil para promover a infusão de medicamentos e substâncias no couro cabeludo, a fim de estimular o crescimento de novos fios.
Intradermoterapia capilar
O método consiste na aplicação de medicamentos e substâncias diretamente no couro cabeludo.
O principal objetivo é a melhora na circulação sanguínea local e uma maior absorção dos medicamentos e, consequentes, trazendo melhores resultados do que quando medicações são apenas aplicadas externamente sobre o couro cabeludo.
Tricoscopia
Este não é um tratamento, mas um exame essencial para a avaliação dos fios e do couro cabeludo.
É realizado com o auxílio de um videodermatoscópio, um aparelho que permite o diagnóstico e a observação dos locais mais comprometidos pela calvície. Além disso, a tricoscopia também pode ser feita durante o tratamento, para medir resultados e acompanhar o processo.
Transplante capilar
Nos casos em que o processo de calvície já está muito avançado, com a completa extinção do folículo capilar, uma opção bastante interessante pode ser o tratamento cirúrgico de transplante capilar.
Nesse procedimento são retirados fios de áreas que não sofrem os efeitos hormonais da testosterona e implantados nas áreas acometidas. A grande vantagem desse procedimento é que ele resolve definitivamente a calvície.
Fonte: Clínica Kédima Nassif