Imagine algo que você já quis
mudar na sua vida, mas pensou na sequência: “Amanhã eu faço”. Pensou? Então
agora responda: você cumpriu o planejado ou postergou sua meta por mais um dia
(ou vários)?
Estudos revelam que essa atitude
humana de procrastinar a mudança de hábitos tem um resultado: em 86% das vezes,
nós não fazemos nada. Esse comportamento se reforça em mecanismos de recompensa
bem conhecidos no cérebro. Em resumo, a repetição de um mesmo padrão nos dá
segurança e uma sensação de conforto.
Na prática, você pensa: “Amanhã
vou acordar cedo e caminhar para começar meu projeto de emagrecimento”. Mas, no
dia seguinte, a preguiça e a chance de dormir um pouquinho a mais entregam um
resultado agradável e conhecido. Como então quebrar esse ciclo?
Algumas atitudes ajudam a fazer
um novo padrão pegar no tranco, assim por dizer. No exemplo acima, podemos
combinar a caminhada com amigos ou até contratar um personal trainer. Esse
compromisso assumido gerará a energia de ativação necessária para romper o
ciclo anterior de preguiça.
Há ainda truques práticos e
rápidos, que devem ser moldados caso a caso. No exemplo da caminhada matutina,
uma boa é deixar seu celular (ou despertador) longe da cama. Isso porque,
quando ele tocar — anunciando a hora de acordar —, você terá de se levantar
para desligá-lo, o que minimiza o risco de cancelar a aula ou o encontro com os
amigos.
Na alimentação, a lógica é a
mesma. Imagine que você queira acabar com a mania de comer um chocolate todo
dia após o jantar. Algumas dicas fáceis podem ser usadas: guarde o doce em
algum lugar de difícil acesso trabalhoso (no alto de um armário, por exemplo).
Se isso não for suficiente, coloque o chocolate em um pote fechado em cima do
mesmo armário.
Com isso, quando surgir o ímpeto
inicial de comer a guloseima, você terá tempo de refletir se não dá mesmo para
aguentar a vontade em nome de um objetivo de médio e longo prazo, como
emagrecer. Fora que, às vezes, o desejo surge porque o chocolate está ali na
nossa cara — escondê-lo minimiza isso.
Mudanças de hábitos são sempre
desafiadoras. Elas requerem mais do que apenas força de vontade. Precisamos de
uma energia importante que está dentro de cada um, mas que é coberta pelas
recompensas da rotina atual. Essas estratégias práticas que nos ajudam a sair
das decisões automatizadas são valiosíssimas.
Lembre-se que fazemos o que
fazemos diariamente porque temos algum ganho. Pense qual o ganho que
conquistará com uma alteração no cotidiano. Se ele for maior do que a
recompensa do padrão atual, a mudança de comportamento terá mais chance de
sucesso.
E não seja duro ou crítico
demais. Evite pensamentos catastróficos, como “eu não tenho força de vontade”
ou “eu não consigo”. Em vez disso, busque os meios que favorecem a mudança. Há
vários, que você mesmo pode criar.
Fonte: Saúde