Vivemos em um ritmo que quase nunca permite pausas — e isso inclui a hora das refeições. Comemos respondendo mensagens, vendo vídeos, pensando no que vem depois. O resultado? Uma alimentação apressada, que não apenas afeta a digestão, mas também desconecta o corpo da mente, enfraquecendo um dos gestos mais básicos de autocuidado: nutrir-se.
Comer devagar não é sobre contar mastigadas, mas sobre estar presente. É perceber o sabor, o cheiro, a textura dos alimentos — e, principalmente, o próprio corpo. Quando desaceleramos, o cérebro tem tempo de liberar hormônios de saciedade, como a leptina, e reduzir os níveis de cortisol, o hormônio do estresse. Isso ajuda a evitar exageros, gases, refluxos e aquela sensação de cansaço logo após comer.
Por que comer devagar faz diferença
- Melhora a digestão: a mastigação adequada estimula a produção de enzimas e evita sobrecarga no estômago.
- Aumenta a saciedade natural: o corpo precisa de cerca de 20 minutos para perceber que está satisfeito.
- Reduz ansiedade e compulsão: o ato de comer com atenção plena diminui a necessidade de buscar conforto na comida.
- Fortalece o vínculo emocional com o alimento: a refeição deixa de ser automática e volta a ser um momento de prazer e presença.
Dicas para praticar o comer consciente
- Faça ao menos uma refeição por dia sem distrações — sem celular, TV ou computador.
- Comece observando as cores e o aroma do prato antes da primeira garfada.
- Apoie os talheres entre as mastigadas — isso ajuda a dar ritmo e pausas naturais.
- Ao terminar, pergunte-se como está se sentindo: leve, saciado, cansado, satisfeito?
- Transforme o momento da refeição em um ato de pausa, não em mais uma tarefa.
Comer devagar é um lembrete de que o corpo tem seu próprio tempo — e respeitá-lo é uma forma de amor-próprio. Em um mundo que cobra pressa, sentar-se para comer com calma é quase um ato de resistência: um gesto simples que devolve equilíbrio, prazer e presença à rotina.
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