Quando estamos com vergonha ou com raiva, ficamos vermelhos; quando há medo, a palidez toma conta da nossa pele. Esses exemplos nos mostram como a pele está diretamente ligada à expressão das emoções e, no caminho inverso, também pode sofrer as consequências de uma saúde mental que precisa de atenção.
Relação entre as emoções e a pele
A pele é o maior órgão do corpo humano. Reveste todo o nosso corpo e tem a função de proteger o corpo do ambiente externo, além de permitir que identifiquemos importantes sensações como dor, frio e calor.
Além de se comunicar diretamente com o sistema nervoso central, que leva informações ao cérebro, é feita do mesmo material embrionário do cérebro, o ectoderma. Ou seja, as relações entre as emoções – geradas no cérebro e não no coração – e a pele são intrínsecas.
Portanto, a pele pode ser diretamente afetada por questões emocionais, podendo variar o tipo e a intensidade de problema de pele de acordo com cada pessoa. Inclusive, de 30% a 50% de pessoas com doenças de pele possuem alguma queixa de saúde emocional.
As principais doenças de pele provocadas pelas emoções
Algumas doenças emocionais de pele são provocadas exclusivamente pelas reações à saúde emocional, enquanto outras estão latentes e podem aparecer através de momentos de grande estresse, tensão ou trauma. Isto quer dizer que as emoções têm tanto o poder de desenvolver uma doença de pele quanto de ser o gatilho para uma doença que já existia e precisava de uma brecha para aparecer ou se desenvolver.
Veja, a seguir, as principais doenças de pele de ordem emocional:
- Dermatite Atópica (eczema): semelhante a uma irritação na pele, o eczema se mostra como uma mancha vermelha que deixa a pele com um aspecto seco na região em que aparece. Geralmente é causada por irritação ou alergia, mas pode surgir por estresse e tensão.
- Queda de cabelos: a perda prematura ou em grandes volumes de cabelos muitas vezes está diretamente ligada ao estresse. Quando em altos níveis de tensão, o corpo libera altas doses de cortisol, que diminui o ciclo natural de crescimento dos fios, além de estimular a queda.
- Psoríase: quando há o acúmulo de células na pele, elas podem começar a escamar e coçar, causando a psoríase, que pode ser engatilhada por baixas imunológicas e situações de estresse. Apesar de não ser contagiosa, ainda há preconceito com pessoas que desenvolvem psoríase, o que pode agravar ainda mais o seu estado emocional.
- Rosácea: manifesta-se através de manchas avermelhadas no rosto, na área acima das bochechas e costuma ser mais comum em mulheres de meia idade com pele mais clara. Pode causar bastante vermelhidão e até secreção dependendo do nível e pode ser desencadeada por fatores emocionais.
- Vitiligo: a pele só possui cor devido à presença de melanina. Quando há uma falta de melanina em pontos específicos do corpo, ocorre o vitiligo, causando manchas brancas aleatórias na pele, podendo afetar qualquer parte do corpo em quem tenha predisposição genética. Geralmente o vitiligo é desencadeado por um momento de forte tensão emocional.
- Onicofagia ou cutisfagia: a mania de roer as unhas (onicofagia) ou morder as bordas das unhas – falanges (cutisfagia), geralmente ocorre por desequilíbrios emocionais ligados principalmente ao estresse e ansiedade. Isso pode desenvolver infecções dermatológicas maiores além de poder contribuir para entrada de vírus e bactérias no organismo.
O que fazer com doenças de pele emocionais
As doenças de pele citadas acima e ainda algumas outras podem ser desenvolvidas, desencadeadas ou agravadas por aspectos emocionais. Ao perceber qualquer anomalia na pele é importante procurar um dermatologista, que indicará o tratamento adequado para o problema, além de investigar a possível causa, podendo até mesmo indicar um psiquiatra.
Além disso, é importante que você perceba como anda a sua saúde emocional. Estresse, tensão e ansiedade fazem mal à pele e a outros órgãos e sistemas do organismo, devendo ser tratadas para evitar doenças somáticas.
Procure ajuda profissional sempre que houver algum tipo de sofrimento emocional ou mesmo de forma preventiva. Assim, você garante mais resistência e bem-estar para a sua saúde física e mental.
Fonte: Instituto Psiquiatria Paulista