A inflamação no fígado tem origem em algumas condições de saúde, entre as mais frequentes estão as hepatites. Causadas por vírus, uso de medicamentos, álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas, essas inflamações podem surgir de forma silenciosa, sem manifestar sintomas, elevando os riscos de danos graves ao fígado e podendo resultar em cirrose ou até mesmo câncer.
No Brasil, as hepatites mais comuns são aquelas provocadas pelos vírus A, B e C. O primeiro tipo (A) é transmitido via fecal-oral e está relacionado a más condições de higiene e alimentos contaminados.
Já o contágio das hepatites B e C se dá por meio do contato com sangue contaminado (compartilhamento de seringas, etc.), sexo sem proteção (na hepatite C essa forma de transmissão é mais rara) e da mãe contaminada para o filho durante a gravidez ou parto.
Sintomas do fígado inflamado
Nem sempre as hepatites manifestam sintomas e em muitos casos os indivíduos podem conviver anos com a doença sem saber, até que ela cause lesões sérias ao fígado. Veja a seguir quais são os sintomas, quando estes estão presentes:
- Febre
- Dor de cabeça
- Perda de peso
- Enjoo
- Vômitos
- Dor abdominal
- Pele e olhos amarelados
- Urina escura (cor de Coca-cola)
- Fezes claras (cor de massa de vidraceiro)
- Tontura
A hepatite A tende a ser mais comum em crianças menores de 10 anos e é autolimitada, ou seja, desaparece sozinha. Raramente evolui para formas graves e fulminantes. No caso das hepatites B e C, a evolução de ambas as doenças pode produzir uma inflamação crônica e silenciosa do fígado, que com o tempo destrói as células hepáticas e leva à perda da função normal do órgão – quadro conhecido como cirrose – e até mesmo ao desenvolvimento de câncer do fígado.
Apenas nas fases mais avançadas da cirrose e do câncer de fígado é que o indivíduo pode notar alguns sintomas, como inchaço nas pernas, aumento do abdômen (ascite) e olhos amarelos (icterícia).
Como diagnosticar
As hepatites podem ser diagnosticadas por meio de exames laboratoriais. No Sistema Único de Saúde (SUS) estão disponíveis gratuitamente testes rápidos para os tipos B e C, que se baseiam na coleta de uma gota de sangue pela ponta do dedo. O resultado sai em apenas cinco minutos.
Tratamento
Para a hepatite A não existe um tratamento específico, já que a condição desaparece sozinha, sem gerar complicações. Normalmente, o que se recomenda é fazer repouso, manter uma alimentação equilibrada e pobre em gorduras e evitar a ingestão de bebidas alcoólicas por, no mínimo, seis meses.
Com relação às hepatites B e C, apenas o médico poderá indicar o tratamento antiviral mais eficaz de acordo com as características do paciente. Hoje, o SUS dispõe de drogas antivirais modernas e eficientes. Cerca de 90% dos casos de hepatite C têm cura. Já a hepatite B pode ser controlada com o tratamento adequado.
É possível prevenir
Manter medidas básicas de higiene, como lavar as mãos sempre antes de se alimentar ou ao chegar da rua, higienizar bem os vegetais e as frutas e só consumir água e alimentos de onde se conhece a procedência, além de evitar relações sexuais desprotegidas e o compartilhamento de objetos perfurantes, é fundamental para a prevenção das hepatites A, B e C.
Esquema vacinal na saúde pública
Existem vacinas disponíveis na rede pública contra os vírus da hepatite A e B. Entenda o esquema vacinal:
Hepatite A – Podem se vacinar crianças de 15 meses a cinco anos e pessoas com HIV, doenças imunossupressoras; doenças de depósito; fibrose cística; trissomias; candidatos a transplante de órgãos; doadores de órgãos, e indivíduos com hemoglobinopatias.
Hepatite B – em crianças são aplicadas quatro doses: depois do nascimento, aos dois, quatro e seis meses de idade. Entre os adultos que não se vacinaram na infância, podem ser aplicadas três doses.
Essas vacinas também podem ser encontradas em clínicas particulares. Converse com o seu médico de confiança para mais informações.
Fonte: Programa Saúde Ativa