quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Vai para a praia, veja os cuidados que você precisa ter em tempos de Covid


Muito se fala sobre a existência ou não de uma segunda onda de contaminações pelo coronavírus no Brasil. Conforme explica a Dra. Marcia Yamamura, infectologista pediátrica, a segunda onda de uma doença é caracterizada por um aumento expressivo no número de casos dessa enfermidade (incluindo internações e óbitos), após uma importante queda ocasionada pelo controle da mesma – tudo isso considerando determinadas regiões e períodos de tempo.

“No Brasil é discutível se estaria acontecendo realmente a segunda onda, como ocorreu em países europeus. Ao contrário destes, a curva de casos de Covid-19 em território nacional vinha caindo lentamente, e não chegou a apresentar a queda necessária para caracterizarmos o momento como uma nova onda de infecções”, explica a médica.

Com a chegada de uma segunda onda ou não, fato é que muitas famílias brasileiras já vêm aproveitando o calor e a proximidade das festas de final de ano para voltar a frequentar praias, enquanto outras planejam dias de descanso à beira-mar durante o recesso. Viajar ou não neste período é escolha particular de cada um, desde que estejam cientes dos possíveis riscos de contaminação e pratiquem as medidas sanitárias e de segurança necessárias.

“As praias estão liberadas: pode entrar no mar e em contato com a areia, já que alguns estudos mostram que as ações dos raios ultravioleta e a água do mar diminuem a ação do vírus. Mas o grande problema é a aglomeração, e manter o distanciamento social é extremamente importante na praia, assim como o uso constante das máscaras, que é fundamental e serve para pessoas de todas as idades, incluindo crianças”, opina Cassia Amaral, pediatra e docente do curso de Medicina da Universidade Anhembi Morumbi.

Com auxílio das especialistas, reunimos os principais cuidados que devem ser tomados por aqueles que pretendem levar os pequenos à praia nesta temporada, mas não querem abrir mão da proteção.

Mantenha o distanciamento na areia

Marcia indica que o novo aumento no número de casos de Covid no Brasil também é consequente à exposição da população que ficou confinada durante os primeiros meses da pandemia, e reforça que apesar de praias serem ambientes abertos, são locais amplamente frequentados por pessoas, o que não exclui o risco de contágio.

A aglomeração nas praias é esperada durante o verão, que no litoral brasileiro coincide com os meses de férias escolares e comemorações de final de ano. Como acontece em outros ambientes, os maiores riscos de contágio se dão pelo contato direto com uma pessoa infectada, ou seja, quando ela tosse ou espirra perto de outra, e indireto, quando entra-se em contato com partículas de saliva de pessoas infectadas ao tocar em superfícies contaminadas por elas.

Portanto, quando for à praia, você e sua família devem usar de bom senso e manter a distância de segurança de 2 metros de outras pessoas, tanto na areia quanto no mar. Já a distância entre os guarda-sóis de diferentes grupos deve ser de 3 metros.

Além disso, respeite o limite estipulado para atividades esportivas e, se possível, use o aplicativo InfoPraia (disponível para download para celulares com sistema Android e IoS) para consultar quais delas estão com níveis mais baixos de ocupação. Caso a praia esteja muito lotada, é ainda mais difícil seguir o distanciamento de forma segura.


Use máscara

Caso não haja a possibilidade de fazer distanciamento entre grupos na areia e, mesmo assim, você quiser ficar naquela praia, crianças maiores de 2 anos e adultos devem fazer uso de máscaras. Usá-las, porém, não é recomendado para crianças menores de 2 anos por conta do risco de asfixia e sensação de sufocamento que pode ocorrer.

Lembre-se de que as máscaras caseiras, ou seja, as de pano, são de uso individual e devem ser armazenadas em um recipiente adequado, como um saquinho apropriado para isso. As máscaras devem ser trocadas a cada 2 horas ou toda vez que ficarem sujas, úmidas ou molhadas – não se esqueça de levar uma quantidade suficiente de reserva.

Não deixe as máscaras sujas e usadas na areia e, ao descartá-las, coloque-as dentro de um saco plástico e deposite-as em local apropriado (lixo comum). Caso a sua máscara seja de TNT, aponta Marcia, não a jogue no lixo reciclável, já que ela leva de 400 a 450 anos para se decompor na natureza.

Atenção com o uso do álcool em gel na praia

Adultos não devem deixar de lado a higienização das mãos, de utensílios e de embalagens com álcool em gel 70%, mas o cuidado deve ser redobrado quando falamos sobre crianças na praia. Isso porque, por terem a pele mais sensível, elas podem acabar apresentando alergias ao álcool graças a substâncias como perfumes e bactericidas, além de correrem o risco de terem queimaduras e alterações na cor da pele por conta da exposição ao sol combinada à fórmula do produto.

O uso de protetor solar é indispensável para os pequenos com mais de 2 anos, enquanto que chapéus, bonés e roupinhas protetoras são altamente recomendados.

Para completar, crianças pequenas não possuem tanto discernimento de não levarem a mão à boca logo após o uso do álcool em gel, e o melhor é que as mãozinhas sejam bem lavadas com água potável e sabão sempre que possível.

Procure levar seus próprios alimentos de casa

Em situação de pandemia ou não, o ideal ao ir à praia é sempre levar bebidas e alimentos próprios, vindos de casa, adequados para a idade da criança e acondicionados em sacolas térmicas. Caso você precise comprar algo em quiosques e restaurantes, vá àqueles que são legalmente estabelecidos, pois isso garante a fiscalização das condições de limpeza e higiene do local. Verifique como os funcionários manipulam os alimentos, já que comidas e utensílios podem ser contaminados não apenas pelo coronavírus, mas também por fungos e bactérias.

Se for realizar uma refeição com os pequenos no estabelecimento, respeite o distanciamento entre mesas e faça uso de máscara. Tome cuidado especial, também, ao usar banheiros públicos.

Não se esqueça dos cuidados básicos com as crianças

Levar as crianças à praia em época de pandemia exige algumas medidas específicas, mas nem por isso você deve se esquecer dos cuidados básicos com os pequenos nessa situação. Dito isso, mantenha as crianças debaixo do guarda-sol, usando protetor solar e roupas adequadas; proteja o local no qual crianças pequenas vão permanecer, para evitar que elas se percam ou caminhem para o mar sem supervisão de um adulto, e evite que elas brinquem nas áreas mais secas da areia, que podem conter fezes de animais ou larvas capazes de causas dermatoses, como o bicho geográfico.

Por fim, não deixe a criança com a fralda ou a roupa de banho molhada por muito tempo, o que pode causar assaduras, e lembre-se de lavar a pele dos pequenos com água doce para evitar que o calor, a água salgada e a areia provoquem inflamações cutâneas graças ao combo atrito + umidade.

Bebês com menos de seis meses não devem ir à praia, e os passeios fora de casa devem ser breves e em horários sem incidência de muito sol e condizentes com a rotina do bebê.

“Para crianças maiores, os cuidados são com a alimentação, a higiene e a pele, como o de evitar o horário de exposição ao sol entre 10h e 16h. Atenção especial às queimaduras por exposição solar, pois por conta da quarentena e do confinamento muitas crianças estão com a pele pouco exposta ao sol desde o início do ano”, completa Marcia.


Fonte: Bebê.com - Abril