A Enxaqueca é uma doença que atinge cerca de 15% da população. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 30 milhões de brasileiros sofrem com essa doença e, de acordo com o Hospital Israelita Albert Einstein, 30% das mulheres que vivem na região Sudeste do Brasil têm Enxaqueca.
Ela não é como uma dor de cabeça comum. Geralmente, a pessoa sente dor aguda em um dos lados da cabeça, que quase sempre fica latejando. A intensidade varia, assim como os sintomas associados a ela.
A dor pode ser de moderada a forte na intensidade e ter duração de 4 a 72 horas. Além disso, ela aparece de forma ocasional, mas há pessoas que sofrem com a doença diariamente.
Com ela, o paciente pode sentir vários outros sintomas, como:
- Dores nos olhos, rosto ou pescoço;
- Enjoo e vômitos;
- Incômodo com luz, barulho e/ou odores;
- Irritabilidade;
- Tontura;
- Cansaço;
- Dificuldade em se concentrar;
- Alteração no apetite.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe), “cerca de 90% de quem sofre dessa patologia tem algum prejuízo no trabalho, estudos, atividade de lazer e vida sexual”.
As 4 fases da Enxaqueca
Conforme o médico neurologista Paulo Sergio Faro Santos, membro efetivo da SBCe, escreveu no site da entidade, a patologia costuma ocorrer em quatro fases:
1ª – premonitória: O paciente sente sinais e sintomas, que pode ser até três dias antes da dor. São eles: fadiga, bocejo, dificuldade de concentração, irritabilidade, depressão e vontade de comer doce.
2ª fase – aura: Somente 20 a 30% têm Enxaqueca com aura, que ocorre por cinco minutos a uma hora e pode ser antes ou junto com a dor.
A aura pode ser visual (quando o paciente vê pontos pretos ou brilhantes ou imagens em zigue-zague), sensitivas (formigamento ou dormência em alguma parte do corpo) e de linguagem (dificuldade na pronúncia de palavras ou fala incompreensível).
3ª fase – dor de cabeça: É o momento da dor e dos demais sintomas associados, como enjoos, sensibilidade à luz, sons e odores, para citar apenas alguns.
4ª fase – resolução: Também conhecida como “fase da ressaca”, a dor intensa passa, mas deixa alguns sintomas residuais, como fadiga, sonolência, dificuldade de concentração, que pode durar até dois dias.
Como lidar com a Enxaqueca
Apesar de apresentar um fator genético, quem sofre de Enxaqueca deve rever seus hábitos e seu estilo de vida. Isso porque a doença tem relação estreita com alguns fatores, que devem ser combatidos, como sedentarismo, alimentação não equilibrada, obesidade e tabagismo.
Por trás dela também podem estar outros problemas, como ATM (quando há alguma disfunção na articulação temporomandibular), transtornos de depressão e/ou de ansiedade e alteração hormonal (a doença é comum no período menstrual).
Segundo o Einstein, a crise de Enxaqueca pode ser desencadeada pelo consumo de alguns alimentos, como queijos, embutidos, chocolate, café e adoçantes com aspartame, além de bebidas alcoólicas.
Uma crise também pode ocorrer após a exposição demasiada ao sol ou dormir por muitas ou por poucas horas.
Outras causas para a Enxaqueca são: esforço físico demasiado, permanência num ambiente com luzes e sons intensos e até mudança brusca de temperatura, como quando entramos ou saímos de ambientes com ar-condicionado.
A influência da alimentação
Segundo o Einstein, a crise de Enxaqueca pode ser desencadeada pelo consumo de alguns alimentos, como queijos, embutidos, chocolate, café e adoçantes com aspartame, além de bebidas alcoólicas.
Algumas pessoas, que sofrem frequentemente de Enxaqueca, podem ser mais sensíveis também a chá preto, chá mate, chá verde, refrigerantes, bebidas energéticas. Alimentos industrializados com excesso de aditivos artificiais, como macarrão instantâneo e sopas de pacote, podem deflagrar uma crise ou piorar a dor de quem já está com Enxaqueca.
Além desses, o consumo em excesso de frutas cítricas, como laranja e abacaxi, também deve ser evitado por quem costuma sofrer desse mal.
Por outro lado, há alimentos que ajudam a combater a Enxaqueca. Chás com efeito calmante, como o de erva-cidreira, o de flores de lavanda e o de maracujá, são grandes aliados, assim como o chá de gengibre, que tem propriedades analgésicas e anti-inflamatórias. A água de coco pura ou para fazer suco com couve também têm bons resultados.
Segundo o Hospital do Coração de São Paulo, outros alimentos que auxiliam no controle de crises: alguns peixes (salmão, atum, sardinha, cavala), castanhas (amêndoas, amendoim, avelã, castanha do Pará), arroz, feijão, lentilha, grão-de-bico, alcachofra, espinafre, banana, maracujá, pão, além de granola, semente de linhaça, orégano, cravo e canela.
Como é o tratamento
Como a Enxaqueca tem diferentes fatores associados, o paciente pode precisar ser tratado em conjunto por vários profissionais.
Geralmente, o neurologista é quem faz o diagnóstico da doença e pode, conforme os achados no exame clínico e na anamnese (quando o médico ouve as queixas e investiga o histórico do paciente), encaminhar para outro profissional.
Neste caso, o tratamento pode ser multidisciplinar, envolvendo, em alguns casos, profissionais como dentista, nutricionista, psicólogo, psiquiatra, fisioterapeuta, entre outros.
Não há uma única fórmula para tratar o paciente de Enxaqueca, em razão das variáveis associadas. Entretanto, existem medicações, fitoterápicos, acupuntura, toxina botulínica, entre outros. E reforçamos: procure orientação médica e evite a automedicação.
Fonte: Cellera Farma