Saúde dos pés


Se tem alguém que vai aguentar você o resto da vida é ele. Ou melhor, eles. Acontece que nem sempre damos bola aos nossos pés. E há várias características e situações que merecem ser conhecidas para não descuidarmos deles — o que pode servir de pontapé inicial para dores, cansaço, má postura…

Para começar: você sabia que é comum ter um pé maior que o outro? É o que mostra uma pesquisa realizada pelas Pés Sem Dor, fabricante de palmilhas que analisou as medidas de 37 mil brasileiros. Mais de 90% das pessoas tinham uma diferença ao menos milimétrica entre os pés esquerdo e direito, sendo que em quase 30% a variação era mais significativa — até 2 centímetros.

Isso não é motivo de alarde, mas deveria pesar na hora de escolher o sapato, por exemplo. E não é só tamanho. O formato dos pés, o tipo de sola, a pisada… Em tese, essas características individuais têm de ser levadas em conta para os pés (e você) não penarem depois.

Tamanho é documento:

O pé esquerdo e direito podem ter comprimentos discretamente diferentes por razões genéticas ou mesmo traumas. Se isso não for significativo, não vai alterar a mecânica do movimento. Ainda assim, o número do calçado influencia no conforto das pisadas. Ocorre que geralmente compramos o calçado de acordo com o pé menor, o que pode causar incômodo e, no longo prazo, favorecer problemas como joanetes”, aponta Mateus Martinez, diretor de fisioterapia da Pés Sem Dor.

Descubra o tamanho correto para cada tipo de calçado:

  • Sapato Social: O correto é que ele seja 0,7 cm maior que o pé, tendo um espacinho entre a sua ponta e o dedão. A flexibilidade também é importante. Se for duro e apertado, é quase certo que vai gerar dor, bolhas e calos.

  • Tênis: O modelo ideal tem 1,5 cm a mais que o pé. Essa folga permite que ele se acomode e absorva impactos. Mas cuidado com os modelos largos, que afetam a estabilidade e favorecem lesões. E evite aqueles com amortecedores gigantes.


Cada um com a sua pisada

O jeito que o pé toca no chão é determinado por estruturas normalmente consolidadas na infância — e influenciadas por um estilo de vida mais ou menos ativo. Pisadas pronadas ou supinadas demais preocupam, pois afetam não só os pés, mas também as articulações dos tornozelos, joelhos e quadril. Calçados e palmilhas visam corrigir os desequilíbrios e prevenir problemas futuros.

Com a manutenção em dia

Nossos meios naturais de transporte precisam de cuidados constantes. Entra na lista não só a higiene básica como também estímulos para que a musculatura e a circulação sanguínea fiquem devidamente ativas. Permanecer um tempinho descalço ajuda a manter o pé firme para suportar impactos por mais tempo, sem contar que o hábito dá uma arejada na região, que costuma viver presa na umidade e na escuridão dos calçados.


Alguns cuidados básicos que você deve ter:

  • Unhas aparadas: O certo é cortá-las em formato reto, sem que os cantos, especialmente os do dedão, fiquem arredondados, e sempre preservar a cutícula ao redor.
  • Lava e seca: Depois da água e do sabão, certifique-se de que os dedos estão bem secos passando a toalha entre eles. Se o pé sua demais, dá para recorrer a talcos.
  • Sessão de massagem: Pressionar os pés com os dedos das mãos facilita o retorno do sangue para o coração. Bolinhas massageadoras completam a tarefa trabalhando a musculatura local.


O que fazer diante das chateações mais comuns lá nas bandas dos pés

  • Unha encravada: O corte influencia, mas alguns azarados estão predispostos a sofrer mais com ela. Nesse caso, é melhor resolver direto com um especialista.
  • Micose: Vários fungos vivem e aprontam nos pés, causando de manchas nas unhas a frieiras. Todos adoram a umidade dos calçados fechados. Procure arejar as coisas.
  • Calos: Surgem como defesa contra o atrito entre osso, pele e superfícies externas. São inofensivos, mas exigem um olhar médico se afetarem a pisada.
  • Chulé: Manter os pés limpos e arejados já ajuda a reduzir o odor, produzido pela mistura entre bactérias e suor. Para casos graves, existem produtos específicos.
  • Joanete: A deformação é provocada por décadas de calçados apertados. Dá para amenizar o risco preferindo pares mais macios e deixando os pés livres às vezes.

Fonte: Saúde